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E já que um dos textos da semana fala da brincadeira Escravos de Jô, nada mais oportuno do que uma dica de leitura ser a obra Escravos de Jó, de Elita Ferreira e ilustrada por André Neves.

A história fala sobre Tião e Nora, um amor nascido nas senzalas, ambiente de tristeza, discriminação, sofrimento, mas, acima de tudo, de muita força, luta e sonho de dias melhores e liberdade. A partir da cantiga de roda, a autora retrata também a vida das mulheres nos quilombos. Vida dedicada ao trabalho, à luta e às decisões, numa parceria igualitária com seus companheiros, na ansiosa espera pelos fugitivos das senzalas.

Seguindo no tema das cantigas de roda, a sugestão é o Parlendas e Cantigas de Roda, obra de Edvaldo Arlégo. No livro, um grupo de alunos aprende a versão das tradicionais cantigas e parlendas, das quais foram retiradas a violência nelas embutida ao longo do tempo. Acompanha CD de José Airton com músicas.

E no embalo do mangue, uma indicação bem bacana, é Meninos do Mangue, de Roger Mello.  A história fala sobre uma pesca de siri no mangue, quando a Sorte e a Preguiça fizeram uma aposta: ganharia quem pescasse o siri com mais patas. A Sorte venceu, claro, e a Preguiça teve que contar oito histórias, uma para cada pata do siri que a outra tinha pescado. Esse é o fio puxado por Roger Mello para contar as histórias do mangue, onde vivem caranguejos, siris e muita gente também. Presentes em toda a costa do Brasil, em cidades como Recife e Rio de Janeiro, os manguezais viraram bairros alagados, cuja população sobrevive da riqueza biológica. Meninos do mangue conta as histórias dessas pessoas – histórias inventadas, mas muito verdadeiras, do autor e ilustrador de Todo cuidado é pouco. No final do volume, um apêndice discute a importância ecológica, social e cultural dos mangues brasileiros.