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Adoro números! A matemática e o cotidiano

Espécie de bicho-papão da vida escolar, a matemática sempre foi uma disciplina temida, que reprovava muito e tinha poucos fãs. Mas as novas formas de ensino, que usam jogos e brincadeiras, trouxeram a matéria mais para perto do mundo real e vêm atraindo as crianças, para surpresa de muitos pais, que nunca gostaram dela.
A psicóloga Sandra Magina, doutora em educação matemática e professora da PUC de São Paulo, diz que as mudanças no ensino da disciplina começaram nos anos 80. “Foi quando a matemática passou a ser discutida no cotidiano”, afirma Sandra, deixando para trás heranças do ensino tradicional, como a tabuada e a também chamada matemática moderna, que lidava de forma abstrata com conceitos complexos como a teoria dos conjuntos.
Vinte anos mais tarde, o ensino da matéria tem hoje quatro características principais. “A primeira é a relação da matemática com situações concretas do mundo real. Outra é a introdução de brincadeiras para facilitar o processo, além de jogos que podem ser manipulados pelos alunos. E ainda o uso do computador, com programas auxiliares cada vez melhores”, diz a professora. Tudo com o objetivo de fazer a criança compreender os problemas e selecionar a melhor forma de solucioná-los, sem decorebas.

Lição no futebol
O empresário José Santos acompanha a nova realidade no aprendizado do filho Jonas, 8 anos, que cursa a segunda série no colégio Hugo Sarmento, em São Paulo. “O Jonas gosta de matemática e tem facilidade para lidar com números. Como ele adora futebol, descobriu que para acompanhar um campeonato, uma copa ou disputar partidas no videogame, é preciso fazer muitas contas de adição e subtração, por exemplo”, conta o pai. “Fico feliz, pois nunca fui atraído pela tabuada ou pelas frações. Os recursos pedagógicos da minha época perdem de goleada para os de hoje”, diz.
Por causa desses avanços, já há escolas como o Centro Educacional Pioneiros, na zona sul de São Paulo, onde a matemática é a matéria preferida por 80% dos alunos, tradicionais ganhadores de medalhas na Olimpíada Paulista de Matemática. A diretora Elza Akama, coordenadora da disciplina, diz que o segredo é levar as crianças a descobrir os fatos matemáticos, tornando o aprendizado significativo para elas. “Para ensinar subtração, começamos brincando de tirar cadeiras, por exemplo. Nada é decorado. Tudo é descoberto”, ensina a diretora.

Sem cobranças
A melhor maneira de os pais ajudarem o filho a se dar bem com a matemática é apontando a presença dela no dia-a-dia. Os números, as figuras geométricas, as relações entre as quantidades estão em toda parte: nas compras do supermercado, nos móveis da casa, nas receitas culinárias. “Atualmente, a matemática que se aprende até a oitava série é muito aplicável ao cotidiano”, assegura a professora Sandra Magina. Mas não se deve enfatizar a realização de operações, treinando a criança só para fazer contas. “O importante é entender o conceito, o raciocínio por trás de cada situação”, diz Sandra. A professora Elza Akama concorda: “Não se deve cobrar contas das crianças. Para substituir a tabuada, já existem calculadoras. E não queremos ninguém competindo com calculadoras, mas construindo-as.”

Fonte Texto e Imagem: Revista Crescer

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