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Já brincou de Escravos de Jó?

layout_facebook_140429_3Não tem coisa melhor do que brincadeira infantil. Uma que fazia a diversão da criançada era a chamada “Escravos de Jó”. Ela usava pedras, algumas vezes bonecas ou algum objeto que caiba na mão e tinha uma música. Quem brincava cantava:

“Escravos de Jó jogavam caxangá,

Tira, bota deixa o Zé Pereira ficar

Guerreiros com guerreiros fazem zigueziguezá”.

Mas como é a brincadeira? Ela é bem simples e bastante divertida. Um objetivo fica passando de mão em mão. No trecho “zigue, zigue, zá”, o objeto deve ser retido na mão direita, passando para a pessoa da direita na última palavra. O jogo pode ser feito em torno de uma mesa e à medida que os participantes forem perdendo o ritmo ou passarem mal o objeto eles vão saindo dela. Detalhe: o objeto só pode ser passado para a pessoa que está à direita. Em alguns casos, quando há pessoas mais experientes na brincadeira, pode-se inverter o sentido para a esquerda.

Origem – Mas afinal, quem é Jó e seus escravos? O que era o caxangá? As fontes são muitas, e há uma versão da brincadeira que ao invés do Zé Pereira, fala-se Zambelê. Segundo consta, Jó era um personagem bíblico, aquele de onde tiramos a expressão “Paciência de Jó”. Mas até onde se sabe, ele não tinha escravos. Por isso, apesar das controvérsias acerca da origem da brincadeira, dizem que nada mais é do que uma referência à cultura negra, que simbolizaram Jó como o homem rico. E os tais guerreiros seriam os escravos que fugiam em ziguezague para não serem pegos pelo capitão do mato.

Quanto à palavra caxangá, há duas versões: uma que se refere a um crustáceo, um tipo de siri/caranguejo. E outra que, de acordo com o dicionário Tupi-Guarani-Português, a palavra origina de caá-çangá, que significa “mata extensa”. Sendo assim, mesmo sem fazer muito sentido, é possível que a brincadeira fale da fuga dos escravos pela mata, que foi de forma alegórica transformada em cantiga de roda.

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