Você já imaginou se os rios Capibaribe, no Recife, e o Tietê, em São Paulo, e tantos outros espalhados pelos centros urbanos fossem utilizados pelas pessoas como um local de lazer, onde se tomasse banho para se refrescar nos dias quentes? Por mais estranho que possa parecer isso acontecia. Os rios tinham vida, eram limpos e a população usufruía deles.
No século XIX, havia alguns locais no Recife, onde as pessoas tomavam banho no Capibaribe e veraneavam às suas margens nos bairros da Várzea, Poço da Panela, Ponte de Uchôa e Monteiro. Também podiam ser vistas canoas deslizando ao longo do rio, impulsionadas por canoeiros com remos ou varas, que utilizavam o rio para transportar pessoas, objetos e mercadorias. Hoje a situação não é assim. Nos últimos anos, muito se tem falado em tornar o rio navegável, para que a população possa ir e vir de uma maneira mais rápida entre alguns pontos da cidade. Também temos catamarãs que fazem passeios pelas águas do rio.
Mas usar o Capibaribe como área de lazer para tomar banho, infelizmente, é uma realidade distante. Já existe um projeto muito legal chamado Eu quero nadar no Capibaribe e você?. A ideia é incentivar a ecocidadania no dia a dia. Para isso, existem diversas ações interessantes, como as Cápsulas Verdes, vídeos que mostram histórias de pessoas empenhadas para que a comunidade tenha uma melhor qualidade de vida. Vale muito a pena entrar no site do projeto e saber como participar da iniciativa.
Em São Paulo existe o Projeto Tietê para resgatar a vida do rio, que foi tão importante para a cidade, não só economicamente, mas também com ponto de diversão das famílias. Diversos documentos, como o depoimento de José Bonifácio, registrado em 1839 atestam como o rio era essencial para a vida cultural dos paulistanos. Segundo o Patriarca da Independência, a beleza do rio estimulava os habitantes e os passeios em suas margens eram bastante comuns. Como consequência deste poder de atração, a partir das últimas décadas do século XIX, o Tietê atraiu os clubes de esporte e lazer, como o atual Clube Esperia, fundado em 1888, e o Clube de Regatas Tietê, em 1907. Deixar o rio limpo é uma tarefa árdua e que depende de toda a população.
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