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Esta semana é de festa. Recife e Olinda fazem aniversário. Essas jovens senhoras de 475 e 477 anos, respectivamente, encantam seus moradores e visitantes pelas suas belezas históricas, pela sua vida noturna, pelas suas festas e gastronomia. Carlos Pena Filho afirmou que: “Olinda é só para os olhos. Não se apalpa, é só desejo. Ninguém diz é lá que eu moro; diz somente: É lá que eu vejo”. Já Manoel Bandeira falou da sua infância na poesia Evocação ao Recife. E para a felicidade do poeta, e porque não dizer para a nossa felicidade também, as ruas da cidade não perderam seus nomes poéticos: Recife da Rua da Aurora, da Rua do Sol e da Saudade.

Então, nada melhor do que conhecer um pouco mais Recife e Olinda através do depoimento de pessoas que amam, vivem e/ou trabalham nessas cidades, não é verdade?

Márcia Lira, blogueira do Menos Um na Estante – Recife e Olinda são duas cidades peculiares, e nós pernambucanos temos com elas essa relação toda especial. Sabemos de cor os problemas de cada uma, mas é coisa que se resolve em casa. Para quem não as respira todo dia, é dos pontos fortes que falamos e defendemos.

Cris Quintas, Escritora Infantil – O que me encanta mais em Recife são as misturas de paisagens urbanas e bucólicas. Os rios que cortam a cidade e refletem as imagens das pontes. Gosto de andar a pé na cidade e buscar o olhar do estrangeiro. Aquele que não achata as paisagens. Meu local favorito e inspirador? O Poço da Panela.

Cyl Gallindo, escritor e Imortal da Academia Pernambucana de Letras – Eu não tenho apenas encanto por Recife /Olinda. Eu tenho também motivos de amar essas duas cidades. Obedecendo ao espírito cigano, eu viajei por todo o Brasil e conheci outros 16 países: Chile, Argentina, Uruguai, Portugal, Alemanha, Itália, Grécia, Holanda. Conheci todo tipo de gentes e de paisagens. Lugares belíssimos, pessoas encantadoras. Mas nada que se comparasse, dentro de mim, com o Recife e Olinda. Chegar de avião ao Recife e olhar a cidade lá do alto, especialmente à noite é descortinar cenários novos a cada vez. Os cursos das águas do Capibaribe/Beberibe, com suas pontes, e manguezais e a Rua da Aurora, como uma Iemanjá a se olhar no espelho d’água. Aquele triâgulo do Palácio do Campo das Princesas, Teatro Santa Isabel e Palácio da Justiça. O Convento de Santo Antônio com a capela dourada. A faculdade de direito. O Pátio do Terço, com a noite dos tambores silenciosos. A oficina de Francisco Brennand. Admirar a arte de Abelardo da Hora, Corbiniano Lins, João Câmara, Vicente o Rego Monteiro, Cícero Dias. Olhar o sol ou a lua nascerem na praia de Boa Viagem. No Alto da Sé, sentar, sem compromisso com o tempo, na murada, e admirar toda a expansão feita a quadro mãos (duas de Deus e duas do homem). Ler a História do Brasil e constatar que a partir daqui se construiu uma nação brasileira, com uma raça única no mundo, forjando um modelo singular de Liberdade, espinha dorsal da Cultura deste País. Ouvir os tantos ritmos musicais brotados dessa gente, como o frevo, o baião, o maracatu. Certificar-se de nenhuma outra cidade teve tantos poetas apaixonados por ela, cantando sua beleza e sua História, já é motivo de se prender ao Recife.

E para você, quais os encantos de Recife e Olinda?