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Você sabe o que é que a baiana tem?

Segundo o compositor baiano Dorival Caymi, em suas composições (imortalizadas nas vozes de Carmen Miranda e Gal Costa), elas possuem torço de seda, brincos de ouro, corrente de ouro, bata rendada, pulseira de ouro, saia engomada e sandália enfeitada. Mais do que isso, com roupas tradicionais, cuja peça mais característica é a grande saia rodada, seu traje é complementado por outros adereços como os chamados panos da costa, o torso na cabeça, a bata e os colares com as cores dos seus orixás pessoais.

E no seu tabuleiro ainda tem vatapá, caruru, mungunzá, umbu… e acarajé. E a baiana até dia tem, sabia? No mês de novembro, mas precisamente no dia 25, comemoramos o Dia da Baiana do Acarajé.  Homenageá-las é uma forma de celebrar a cultura, a religiosidade e a espiritualidade africana e deveria ser reverenciada por todos os brasileiros, afinal ela já é reconhecida internacionalmente.

Elas são mais do que a poesia das músicas de Dorival Caymi. Bem organizadas, possuem duas associações, uma nacional, a Associação da Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam) e uma local, a Associação das Baianas de Acarajé (ABA). Reconhecidas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2005, o ofício delas foi tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Assim como o acarajé, que também foi reconhecido como Patrimônio Cultural de Salvador, pela Câmara Municipal. O papel delas é também preservar a cultura trazida pelos negros ao Brasil.

No tabuleiro das Baianas, sempre tem quitutes “quentes”, devido ao uso da pimenta de cheiro ou malagueta. Da África, elas carregam até hoje o uso do azeite de dendê, quiabo, inhame, amendoim e gengibre. Tais costumes alimentares são responsáveis por célebres pratos baianos como, abará, acaçá, vatapá. efó, ximxim de galinha… Já o tradicional acarajé é preparado com feijão fradinho, cebola, sal, camarão seco moído e dendê.

De acordo com dados da Abam, existem cerca de quatro mil baianas, incluindo homens, atuando em diversos pontos de Salvador. Destas, três mil quituteiras são cadastradas em Salvador e região metropolitana e vendem acarajé, abará, bolinho de estudante, entre outras iguarias.

Então, quando for a Salvador, não deixe de ir até uma baiana e saborear uma iguaria tão brasileira.