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Quando o coração bate forte no ritmo do Maracatu

E quando chega o Carnaval é sempre assim: o coração bate mais forte e dá vontade de dançar no ritmo do baque do Maracatu, dança folclórica de origem afro-brasileira, típica do estado de Pernambuco. É um folguedo rico visualmente e lindo de se ver, que surgiu por volta do século XVIII a partir da miscigenação musical das culturas portuguesa, indígena e africana. Por aqui, existem dois tipos: os de baque virado, conhecido por Maracatu Nação e os de baque solto, chamado de Maracatu de Trombone, de Orquestra ou Rural.

Já a origem da palavra é a junção de outras duas: maracá (instrumento musical) + catu (bonito). Através do maracatu os negros africanos uniram a devoção ao culto católico de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos aos seus orixás, que nasceu da tradição do Rei do Congo, implantada no Brasil pelos portugueses.

O Maracatu Nação é o que tem o ritmo mais forte e arrasta os foliões, pois é embalado ao som do tarol, zabumba e ganzás, marcados por coreografias semelhantes às danças do candomblé. Cada membro representa um personagem histórico (reis, embaixadores, rainhas). E uma das figuras mais importantes é a calunga, boneca feita de cera e madeira, carregada pela dama do paço, que representa um ancestral da nação e uma proteção espiritual.

Já o de baque solto é uma fusão de vários folguedos, oriundo dos trabalhadores da zona canavieira rural do estado de Pernambuco: reisado, pastoril, cavalo-marinho, bumba-meu-boi, caboclinhos, entre outros. Tudo se mistura, inclusive os sons dos instrumentos musicais: bombo, surdo, tarol, porca (cuíca), gonguê, clarinete, trombone e trompete.  A figura principal e mais conhecida é o caboclo de lança, personagem carregado de magia que se apresenta com uma gola, ricamente bordada com materiais reluzentes, chocalhos, uma enorme cabeleira colorida e uma lança comprida ornada com fitas. É o mais carnavalesco dos maracatus.

No Recife, o maracatu de maneira geral, e mais especificamente o Rural, ganhou destaque a partir dos anos 90, através do movimento manguebeat com Chico Science & Nação Zumbi, com a música “Maracatu atômico”, composta por Nelson Jacobina e Jorge Mautner, gravada por Gilberto Gil em 1973.

Confira o vídeo da música com Chico Science & Nação Zumbi:

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